Cuidado! Olho vermelho pode ser uveíte. Mas também existe uveíte sem olho vermelho!

A uveíte ocorre quando a camada média do olho (chamada de "úvea") inflama. Essa camada, chamada úvea, tem muitos vasos sanguíneos que nutrem o olho. A uveíte pode danificar os tecidos oculares, levando à perda permanente da visão.

Existem 4 tipos de uveíte! Você sabe quais são eles?

1. Uveíte anterior

Quando a inflamação principal está na parte da frente do olho, chamamos de uveíte anterior. Geralmente os pacientes apresentam o olho vermelho (às vezes parecendo uma conjuntivite), mas é importante ficar atento que alguns casos podem não apresentar essa vermelhidão dos olhos! Isso pode acontecer especialmente em crianças e em alguns adultos. Por isso, é importante a avaliação regular com o Oftalmologista.

2. Uveíte intermediária

Nesses casos, a inflamação ocorre principalmente na região da metade do olho. Muitos pacientes só descobrem que possuem uma uveíte intermediária depois de passar com o especialista, pois essa forma de inflamação geralmente afeta a visão quando a inflamação se torna muito intensa, quando ocorre uma uveíte anterior junto com a intermediária (deixando o olho vermelho), quando afeta a mácula (região responsável pelo centro da visão) ou quando afeta o nervo óptico.

3. Uveíte posterior

Quando o foco da inflamação está na parte de trás do olho, chamados de uveíte posterior. Em geral, os pacientes percebem mais rápido uma uveíte posterior, pois tende a afetar a visão de forma mais intensa. Por isso é importante ter cuidado, uma vez que rapidamente podem machucar estruturas importantes do nosso olho!

4. Uveíte difusa

É muito comum uma uveíte inflamar outras estruturas próximas. Por exemplo: em uma uveíte posterior, podemos encontrar inflamação também na parte da frente do olho! Porém, o foco principal da lesão está na região posterior e, assim, chamamos de uveíte posterior. Acontece que, em alguns pacientes, a inflamação está presente em todas as partes da úvea, sem um local preferencial de acometimento. Nesses casos, chamamos de uveíte difusa.

Além das uveítes, o especialista em Uveítes avalia e trata também pacientes com inflamação em outras partes dos olhos. Pode ser na conjuntiva (conjuntivite), episclera (episclerite), esclera (esclerite), córnea (ceratite), órbita, etc.

E quais são as principais causas de uveítes, episclerites e esclerites?

Existem muitas causas para inflamação nos olhos. Por isso, o Oftalmologista precisará investigar para diagnosticar e tratar o seu problema! Por isso, aqui terá uma lista com algumas possibilidades, mas não significa que você possui uma dessas doenças.

Dito isso, são algumas das causas de inflamações oculares e doenças que "imitam" as uveítes:

• Infecções como a toxoplasmose, sífilis, tuberculose, vírus da família herpes, toxocaríase, doença de Lyme, dentre outras bactérias, fungos, vírus, protozoários e até verminoses!

• Doenças inflamatórias sistêmicas como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite idiopática juvenil, doença de Behçet, espondilite anquilosante, psoríase, doenças inflamatórias intestinais, sarcoidose, etc.

• Traumas oculares

• Doenças inflamatórias oculares isoladas

• Doenças genéticas e cânceres

Em outros posts, falaremos um pouco mais sobre algumas dessas uveítes e de outras inflamações do nosso olho e corpo!

Quais são os principais sintomas das inflamações oculares?

Geralmente os pacientes apresentam alguns sintomas ao mesmo tempo, como:

• Olho vermelho (com ou sem dor)

• Sensibilidade à luz (fotofobia)

• Visão embaçada

• Manchas, pontos ou "nuvens" no campo da visão (geralmente escuros e que movimentam de um lado para o outro quando movimentação dos olhos para os lados)

• "Olho de gato" - o centro do olho (parte colorida) pode ficar mais claro e até branco

Alguns pacientes apresentam uveíte mesmo sem olho vermelho! Isso ocorre principalmente em crianças e os pais só descobrem a inflamação quando passam em consulta com um Oftalmologista ou quando a doença já está mais avançada! Em alguns adultos isso também pode acontecer.

Por todos esses motivos, é importante acompanhar regularmente com um Oftalmologista. Caso apresente algum desses sintomas, procure um especialista!

Dr. Luiz Guilherme Marchesi Mello é especialista em Neuroftalmologia e Uveítes pela Universidade de São Paulo (USP).

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